quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

[Manual de Utilização]



Instruções de Segurança: Forte por fora, frágil por dentro. Manusear com cuidado. Não virar do avesso. Não deixar cair. Não perder. Acarinhar o mais possível.

Conteúdo: Às vezes, não sabe bem como (sobre)viver. Na maior parte delas, gosta de fechar os olhos e dormir, pensando que tudo vai parecer mais simples quando despertar. Sem contar, tem um sorriso fácil e uma lágrima próxima. Acredita que todas as pessoas são boas pessoas e dói-lhe, de todas as vezes que descobre que existem pessoas verdadeiramente más. É de extremos. Na natureza violenta dos seus sentimentos, não há lugar para o meio-termo. É este o seu ponto fraco. Extremamente passional, as emoções são a base de tudo o que vivencia e nada tem sentido se assim não fosse. Refugia-se nos próprios medos e receios. Perdoa tudo, sempre. Não esquece nada, nunca. Gostava de não se preocupar com o dia seguinte. Com o mês a seguir. Com o próximo ano. Acreditou uma única vez que era aquela vez a sua vez. A vez que lhe traria a alegria só por existir. Desfez-se essa vez e perdeu-se desde aí. E assim se encontra. Ainda se prende vezes sem conta no silêncio característico da nostalgia gélida e estridente que sobre si se abate e queria não sentir uma dor fininha que incomoda todos os dias. Leva muito tempo a recompor-se. A reorganizar-se. A reconstruir-se. Frágil. Muito frágil. Por favor, se não encantar, não agitar. Apenas, deixar estar.