quinta-feira, 25 de novembro de 2010

contas

Fala Daniela. Diz-me. Explica-me porque é que consigo contar as vezes que sorris? Porque é que não encontro mais a magia que tinhas ao sorrir por aqueles pequenos nadas? Sabes, não te sei explicar. Há uma cinza que às vezes, sem conta, me invade e, de mansinho assenta no chão deste coração. Pinta o jardim que tinha de cinzento. Como se estivesse morto. Sim, é isso, às vezes sinto que o meu jardim morreu. E não há hipótese de ele voltar a ganhar cor? De ele florir outra vez? Não. Há muito que deixei de ver o brilho dos olhos que o iluminavam. Sinto muitas vezes a falta deles. E esses olhos, também sentem a falta do brilho dos teus? Oh… não. E olha que tenho a certeza que nunca brilharam tanto como nessa altura. Mas não. Aqueles olhos já não pediam o brilho dos meus. Há muito que deixaram de o pedir. Então porque é que estás aí sentada, à espera? Por nada, são só saudades.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

tudo

Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão.

Mas nunca
Me esqueci de ti
Não, nunca me esquecerei de ti.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

parágrafo.

… depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e
vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida