Fala Daniela. Diz-me. Explica-me porque é que consigo contar as vezes que sorris? Porque é que não encontro mais a magia que tinhas ao sorrir por aqueles pequenos nadas? Sabes, não te sei explicar. Há uma cinza que às vezes, sem conta, me invade e, de mansinho assenta no chão deste coração. Pinta o jardim que tinha de cinzento. Como se estivesse morto. Sim, é isso, às vezes sinto que o meu jardim morreu. E não há hipótese de ele voltar a ganhar cor? De ele florir outra vez? Não. Há muito que deixei de ver o brilho dos olhos que o iluminavam. Sinto muitas vezes a falta deles. E esses olhos, também sentem a falta do brilho dos teus? Oh… não. E olha que tenho a certeza que nunca brilharam tanto como nessa altura. Mas não. Aqueles olhos já não pediam o brilho dos meus. Há muito que deixaram de o pedir. Então porque é que estás aí sentada, à espera? Por nada, são só saudades.
Sem comentários:
Enviar um comentário